SOBRE

Somos uma rede multidisciplinar de cientistas trabalhando para compreender como os distúrbios antrópicos e climáticos afetam a biodiversidade aquática e terrestre da Amazônia.

A floresta amazônica é um dos ecossistemas mais importantes da Terra: cobrindo quase 7 milhões de km², representa c. 50% de todas as florestas tropicais no planeta, abrigando mais de 1300 espécies de aves, 2700 espécies de peixes dulcícolas e um número desconhecido de espécies de invertebrados. A Bacia do Rio Amazonas, a maior do mundo em área e descarga, é responsável por 20% de toda a água doce que chega aos oceanos e influencia o abastecimento hídrico e a precipitação em escalas local e continental. Por exemplo, fornecendo c. 70% das chuvas para a Bacia do Rio da Prata – uma das regiões agrícolas mais importantes do mundo.

A importância da Amazônia é, no entanto, prejudicada por vários distúrbios antrópicos e climáticos. Na escala local/regional, o desmatamento continua em um ritmo alarmante: entre 1998 e 2018, perdemos cerca de 436.620 km2 de florestas primárias na Amazônia brasileira – uma área quase cinco vezes o tamanho de Portugal. As florestas restantes estão sob ameaça de distúrbios locais causados pelo homem (por exemplo, extração ilegal de madeira e incêndios florestais) e mais amplos, como mudanças climáticas e eventos climáticos extremos (por exemplo, secas, enchentes e ondas de calor).

Todas esses distúrbios, individualmente ou de forma conjunta, colocam em risco não apenas as florestas, mas também os ecossistemas de água doce da Amazônia – que também estão ameaçados pela pesca predatória, poluição e construção de barragens e hidrovias. Compreender como os ecossistemas amazônicos respondem a distúrbios locais e climáticos – e suas interações – é, portanto, essencial para atingirmos as metas globais de conservação e os objetivos de desenvolvimento sustentável.

Focamos em três questões científicas:

    1. Qual é a distribuição e quais fatores direcionam os esforços de pesquisa sobre a biodiversidade existentes na Amazônia?
    2. Quais são os impactos e a escala espacial das perturbações antrópicas nos ecossistemas terrestres e de água doce?
    3. Qual é o potencial de, e trajetória da recuperação pós-distúrbio, de diferentes componentes dos ecossistemas amazônicos?

Para responder essas perguntas, reunimos dados de comunidades de formigas, pássaros, besouros escarabeíneos, árvores, peixes de água doce, macrófitas e insetos aquáticos previamente coletados na Amazônia brasileira. Nosso trabalho vai além de pesquisas anteriores ao integrar ecossistemas terrestres e aquáticos, adotando uma abordagem across escalas espaciais para diferentes grupos da biodiversidade.

Ao documentar amplos padrões ecológicos na biodiversidade tropical e identificar os fatores que influenciam a distribuição do esforço de pesquisa na Amazônia, esperamos produzir evidências científicas que informem e melhorem as práticas e políticas ambientais na Amazônia.

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